Dívidas: De acordo com levantamento do Sebrae, em parceria com o IBGE, 55% dos pequenos negócios estão com 30% ou mais do seu faturamento comprometido com pagamento de contas em aberto.
Três em cada 10 micro e pequenos negócios estão em situação de atraso no pagamento de suas respectivas dívidas. Segundo a 2ª edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE, a proporção das empresas com dívidas em aberto saltou de 24% em agosto de 2022 para 27% em janeiro do ano passado.
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Também de acordo com o levantamento, a situação atinge de uma forma mais séria os Microempreendedores Individuais (MEIs). Aproximadamente 63% desses empreendedores têm 30% ou mais dos seus custos mensais comprometidos com pagamentos de dívidas. Em média, 55% das MPE estão nessa situação. O resultado representa um crescimento de 4 pontos percentuais na comparação com o número identificado em agosto de 2022.
Carlos Melles, presidente do Sebrae, classifica o dado como “preocupante” e mostra uma quebra na tendência de recuperação do cenário geral dos pequenos negócios. “Depois da crise causada pela pandemia, as MPE tinham conseguido melhorar seu nível de endividamento e estavam otimistas com a retomada da receita. Mas o contexto de inflação, que comprometeu o poder de compra das famílias, levou a uma nova queda do consumo e a um refluxo da situação de dívidas em atraso”, analisa.
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Dívidas das PMEs
Quando questionados sobre as atuais dívidas e empréstimos da empresa no momento, os pequenos negócios afirmaram que:
- 39% têm dívidas/empréstimos em aberto e estão em dia;
- 34% não têm dívidas/empréstimos em aberto;
- 27% têm dívidas/empréstimos em aberto e estão em atraso;
A seguir, confira o percentual das empresas que estão com 30% ou mais do seu faturamento comprometido com dívidas!
- 63% Microempreendedores Individuais (MEIs);
- 46% Pequenas e Médias Empresas;
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Cenário de Endividamento
Segundo Leonardo Tegg, consultor de negócios do Sebrae-SP, o cenário de endividamento das MPEs é uma consequência da elevada taxa de juros atual, combinada à alta da inflação e da queda da renda média da população brasileira.
“Com a alta da Selic, muitas empresas têm de arcar com parcelas bem altas, de empréstimos anteriores. E a conjuntura atual, diminuição da renda média, processo inflacionário, faz com que essas empresas não consigam faturamento suficiente para pagar esses empréstimos”, explica.
Níveis organizacionais do planejamento
Ainda de acordo com o consultor de negócios do Sebrae-SP, as micro e pequenas empresas tendem a sentir um pouco mais as conjunturas econômicas atuais, como a alta taxa de juros e inflação, do que aquelas de maior porte. Segundo ele, as empresas sofrem por sua menor capacidade de geração de caixa, além do “efeito cascata” que tem origem nas grandes empresas.
“E a alta da Selic também inibe novos investimentos para as grandes empresas. Consequentemente, as grandes empresas compram menos das micro e pequenas empresas. Além disso, geram menos empregos, e as famílias têm menos renda para consumir de micro e pequenas”, completou Leonardo Tegg, sobre os efeitos causados ao MEI e MPE.
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